Condomínios e Pandemia
A crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 também tem
afetado as finanças dos condomínios, residenciais ou empresariais. Aumento nos
gastos de manutenção e inadimplência estão entre os principais problemas
enfrentados pelos síndicos.
Mas, para o contador e consultor condominial Ari Nascimento, é
possível equilibrar as finanças fazendo uma auditoria nas contas. Ele destaca
cinco medidas emergenciais que podem tirar o condomínio de uma situação
complicada e que devem ser analisadas com cuidado.
“Temos verificado que muitos condomínios de Alagoas estão
vivenciando uma dificuldade financeira, assim como vários setores da economia.
A queda na arrecadação e o aumento de gastos como água e gás coletivos, insumos
de limpeza, EPIs, tem desorganizado as contas, o que requer medidas
estratégicas, a fim de evitar o colapso e manter o bom funcionamento do
condomínio”, alerta o contador.
Nascimento, que é sócio da Èvero, empresa especializada em
auditorias e consultorias condominiais com atuação em Alagoas e Sergipe,
enumera as medidas:
1 - Revisão das receitas e despesas. Faça uma revisão histórica
dos últimos 12 meses de quanto o condomínio deveria receber de cota condominial
e quanto recebeu de fato. A diferença será sua inadimplência. Com isso, será
possível mensurar o montante devido e também comparar sua inadimplência
anterior com a situação atual.
Elenque quais despesas o condomínio paga todo mês e verifique a
essencialidade de cada uma delas. A partir desta análise é possível saber quais
despesas podem ser cortadas ou renegociadas, de acordo com a relevância do
serviço para o momento. Adiar reformas não essenciais é também uma opção de
controle.
2 - Redução da inadimplência. O gestor condominial tem de pensar
em ações que podem combater a inadimplência identificada. Algumas medidas são
renegociar a dívida com o condômino devedor ou cobrar judicialmente. Estender o
vencimento da cota condominial pode ajudar um condômino que esteja passando por
dificuldades a honrar sua conta sem multa, por exemplo.
3 - Cotação de preços - Assim como o recomendado no orçamento
doméstico, o condomínio deve manter a prática de pesquisar antes de comprar ou
contratar. Gastar com o primeiro fornecedor que se encontra pode ser uma
armadilha para o equilíbrio financeiro coletivo.
4 - Reduza tarifas bancárias. Alguns bancos cobram taxas de
operação muito altas. Bancos digitais são boas opções para reduzir custos com
geração de boletos, taxas de transferências como TED e DOCs, por exemplo,
obviamente com a aprovação dos condôminos.
5 - Analise a folha de pagamento. Por fim, esse é o maior custo
dentro do condomínio ou empresas em geral, ficando entre 60 a 65% do valor pago
em salários todos os meses. Busque, se possível, reduzir as horas extras dos
funcionários, o que ajuda a reduzir custos.
“Redução do quadro, porém, deve ser analisada em último caso,
afinal, há um impacto social nisso. Trata-se de uma família que depende daquele
emprego para sobreviver. Além disso, aquele profissional também exerce uma
função importante para a segurança ou manutenção do condomínio, o que também
precisa ser levado em conta”, pondera.
Ari acrescenta ainda que caso o síndico não tenha condições de
fazer todo esse trabalho minucioso, pode recorrer a uma Auditoria Condominial
profissional. Ele assegura que o serviço especializado é capaz de fazer todo o
diagnóstico financeiro e contábil, identificando alternativas reais de economia
para o condomínio e que não causem impactos negativos no futuro.